ATA DA OITAVA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 30.12.1987.
Aos trinta dias do mês de dezembro do ano de mil
novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Oitava Sessão Extraordinária
da Décima Primeira Sessão Legislativa Extraordinária da Nona Legislatura. Às
dezessete horas e sete minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos
Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Auro
Campani, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim,
Ennio Terra, Clóvis Brum, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Getúlio Brizolla,
Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Isaac Ainhorn, Jaques Machado,
Jorge Goularte, Jussara Cony, Kenny Braga, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Nilton
Comin, Paulo Sant’Ana, Paulo Satte, Pedro Ruas, Rafael Santos, Raul Casa,
Teresinha Irigaray e Werner Becker. Constatada a existência de “quorum”, o Sr.
Presidente declarou abertos os trabalhos. A seguir, foi aprovado Requerimento
oral do Ver. Hermes Dutra, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, esteve, em 1ª Sessão, o Projeto de Decreto
Legislativo n° 09/87, discutido pelos Vereadores Flávio Coulon, Brochado da
Rocha e Clóvis Brum. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de
Lei Complementar do Executivo n° 01/87 e a Emenda a ele aposta, tendo sido,
Projeto e Emenda, discutidos pelo Ver. Artur Zanella. Durante os trabalhos, o
Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Antonio Hohlfeldt e
Artur Zanella, acerca da Emenda do Ver. Werner Becker, aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo n° 01/87; do Ver. Artur Zanella, acerca dos avulsos
do processo n° 1499/87 e foi ouvido Requerimento do Ver. Clóvis Brum,
solicitando a inclusão do processo 2227/87 na pauta da próxima Sessão
Extraordinária. Os trabalhos estiveram suspensos por trinta e três minutos, nos
termos do art. 84, I do Regimento Interno. Nada mais havendo a tratar, o Sr.
Presidente levantou os trabalhos às dezoito horas e cinqüenta e quatro minutos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária, a seguir. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha, Luiz Braz e
Gladis Mantelli e secretariados pelos Vereadores Gladis Mantelli, Lauro
Hagemann e Jaques Machado, o último como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Gladis
Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida
e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha): Declaro
abertos os trabalhos da presente Sessão.
Havendo “quorum”, passaremos à Ordem do Dia.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem): Sr.
Presidente, sei que a hora é tardia e que todos estamos cansados, mas não tem
nos avulsos, Emenda minha. E eu não vou votar esse projeto de qualquer jeito, e
ainda mais não vindo a Emenda, aí é pior. Eu vou votar contra.
O SR. PRESIDENTE (Luiz
Braz): Estou
recebendo aqui, agora, a informação da Diretoria Legislativa de que a Emenda
está saindo da mimeografia.
O SR. ARTUR ZANELLA: Então, por favor, não
apregoe agora e sim quando ela chegar, porque eu quero discutir o assunto e não
conheço a Emenda, e pode ser que ela me convença a votar a favor disto aqui.
Mas, por favor, retire a apregoação.
O SR. PRESIDENTE: Quando o Presidente Brochado
da Rocha estava aqui, à frente dos trabalhos, ele acabou autorizando que este
Projeto pudesse ser apregoado e votado, mas eu entendo a Questão de Ordem de V
Exa.
O SR. ARTUR ZANELLA: Pelo que eu sei, o Ver.
Werner Becker era contra o Projeto. Então, provavelmente, a Emenda é a favor. A
Emenda é mais importante que o Projeto.
O SR. HERMES DUTRA
(Requerimento): Requeiro que ocorra a Pauta, enquanto resolvemos esta questão.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do
Ver. Hermes Dutra, para que possamos primeiro discutir a Pauta e,
posteriormente, entrarmos na Ordem do Dia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO,
contra o voto do Ver. Pedro Ruas.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 2875 - PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N°
09/87, da
Mesa, que dispõe sobre a atualização
de verba de representação do Prefeito Municipal.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem): Sei
que estou ficando até chato, mas não veio o projeto que está correndo Pauta.
O SR. PRESIDENTE: Nós estamos apenas
invertendo, até mesmo para poder dar tempo.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sim, mas o texto do projeto
também não veio nos avulsos e não dá para discutir, então peço que suspenda a
Sessão, até que chegue o material.
O SR. PRESIDENTE: Vamos suspender a Sessão,
por 10 minutos, a fim de que possam chegar aqui estes textos, pois sen eles
ficaria impossível discutir a Pauta e votar o Projeto.
Estão suspensos os trabalhos.
(Os trabalhos foram suspensos às 17h13min.)
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha – 17h45min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.
O Sr. Vice-Presidente informa que há inversão da ordem do dia, estando
o Sr. Ver. Flávio Coulon inscrito.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem): Sr.
Presidente, consulto V. Exa. para que constate no livro sobre quais os
Vereadores inscritos para a discussão da Pauta.
O SR. PRESIDENTE: Está inscrito o Ver. Flávio
Coulon, que tem a palavra.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Eu falava a respeito do Projeto de Decreto do Legislativo que
dispõe sobre a atualização da verba de representação do Prefeito Municipal. Eu
já estive nesta tribuna e já havia me manifestado a minha estranheza com
relação à maneira que o Prefeito havia colocado os seus subsídios, convocando a
imprensa, fazendo um escarcéu e ameaçando, etc.
Mas, hoje, eu venho aqui para cumprimentar o Sr. Prefeito, porque o que
fez de efeito aquela bronca do Prefeito é fato altamente impressionante.
Aprovamos há alguns dias atrás uma atualização da remuneração do Prefeito que
passou em torno de 70 mil cruzados para 114 mil cruzados. Foi aprovada na
semana passada esta atualização, então entra agora este Projeto que dispõe
sobre a atualização e fixa que a verba de representação que passa a representar
1,5 vezes a verba de representação fixada por Lei Municipal para Secretários do
Município. Muito bem! Qual é a remuneração dos Secretários Municipais hoje?
Subsídio 46 mil cruzados e verba de representação 92 mil cruzados, num total de
138 mil cruzados. Quais serão os subsídios dos Secretários do Município a
partir de janeiro? Sessenta mil cruzados mais uma verba de representação de 120
mil cruzados, num total de 180 mil cruzados. Qual será a remuneração do Sr.
Prefeito Municipal a partir de janeiro? Sessenta e um, que votamos a semana
passada, como subsídio, e mais 180 mil cruzados de verba de representação, ou
seja, passa de 52 mil cruzados, que aprovamos a semana passada, para 180 mil
cruzados em janeiro, um belíssimo percentual, em menos de um mês, em torno de
250%, o que eu não sou contrário, não vim aqui falar contra, vou até aprovar.
Total de 241.951, ou seja, antes da bronca eram 70 mil, no mês que vem são 240,
ou seja, é um belo avanço com o qual nós temos que nos congratular.
O Sr. Caio Lustosa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu só estranho que esse decreto legislativo entre
agora para discussão e deliberação, porque, ao que me consta, ele não foi
elencado quando da convocação, no rol dos processos da convocação
extraordinária. E, agora, a Mesa nos encaminha esse corpo estranho aqui para
votarmos. Estou alertando que isto contraria frontalmente o parágrafo único do
artigo 16, da Lei Orgânica - não é do Regimento, é da Lei Orgânica -, que diz
que nas Sessões Legislativas Extraordinárias a Câmara pode somente deliberar
sobre matéria de convocação. Eu indago à Presidência, e já vejo que o Ver.
Brochado está preocupado com isto, quero saber se no ofício convocação da
Câmara para extraordinária, existia essa matéria, aumento da verba de
representação do Sr. Prefeito, se não vamos ser passíveis até de uma ação
popular, mais uma.
O SR. PRESIDENTE: Sr. Ver. Flávio Coulon, eu
não quero atrapalhar V. Exa., mesmo porque eu sou o segundo inscrito, mas
gostaria de dizer apenas dois fatos, para deixar claro. Primeiro, vou tratar
objetivamente a questão sem nenhuma prospecção analítica ou freudiana. Digo a
V. Exa., Sr. Vereador...
(Aparte
anti-regimental.)
Sr. Presidente, estou sendo incomodado.
(Aparte
anti-regimental.)
Não estou incomodado. Estou recebendo um aparte regimental dado pelo
Ver. Flávio Coulon. Sr. Vereador, a Mesa recebeu, hoje de manhã, somente hoje
de manhã, uma deliberação da Assembléia Legislativa que está anexa ao Projeto,
que delibera ao Sr. Governador do Estado e a Assembléia Legislativa, melhor
falando, e as Câmaras Municipais para mexerem nos subsídios do Governador, que
ela a Assembléia já está fazendo igualmente como nós estamos fazendo aqui.
Recebeu só hoje de manhã esta documentação. Ademais, respondo com toda a
probidade uma perfeita questão levantada pelo Sr. Vereador Caio Lustosa muito
propriamente, a Mesa havia reservado um número exatamente para esta matéria e
que foi publicada nos jornais. S. Exa. está a sua disposição e convido a S.
Exa. para ver que constava exatamente isto. Eram as duas questões. Mas ocuparei
a tribuna para responder e colocar isto à Casa. Sou grato, Ver. Flávio Coulon.
O Sr. Jorge Goularte: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu penso que a Mesa, tão ciosa de suas obrigações, e
que mesmo tendo declarado que o Projeto deste Vereador sobre a liberação do
comércio iria entrar em pauta nesta Sessão Extraordinária, voltando atrás na
sua decisão, não colocará outro Projeto porque os motivos deverão ser os
mesmos.
O Sr. Caio Lustosa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Apesar do esclarecimento do Ver. Brochado da Rocha,
eu insisto que se a convocação partiu do Executivo – a convocação da
Extraordinária, a matéria da convocação tinha que vir de lá. Não podia a Mesa
Diretora ou o Presidente incluir no objeto das matérias da Extraordinária,
ainda que quanto ao mérito eu não tenha entrado em discussão, mas acho que não
poderia acrescentar aquele elenco específico que motivou a Extraordinária, mais
um item referente à representação. A não ser que no ofício do Prefeito tenha
constado, especificamente, que ele pretendia o reajuste da representação. O
Chefe do Executivo deveria dizer especificamente, e não o Presidente da Câmara
enxertar, na matéria da Extraordinária, ainda que necessário, louvável e
procedente, essa questão de revisão da representação do Prefeito. Muito
obrigado.
O SR. FLÁVIO COULON: Vereador, como o ilustre
Presidente da Casa virá a esta tribuna para falar em Pauta, eu vou aguardar a
cronologia dos fatos, agora, eu louvo a presteza com que esse assunto preocupou
a Mesa da Casa, porque foi um Projeto votado no dia 28 de dezembro, ainda não
está nem publicado no Diário Oficial, lá na Assembléia Legislativa, e,
rapidamente, nós, aqui, nos mobilizamos para fazer valer esse Decreto...
O Sr. Caio Lustosa: Nem é presteza, é premonição,
porque há dez dias o Presidente da Câmara já adivinhara que o Presidente da
Assembléia ia proceder igualmente em relação ao Chefe do Executivo. É
premonição, é um dom ultra-sensorial.
O SR. FLÁVIO COULON: A respeito de premonição vou
deixar a cargo do Sr. Presidente, porque não entendo muito dessa matéria, mas
faço o registro de que aprovamos, na semana passada, um aumento para 114 e uma
semana depois aprovamos um aumento para 241, num ritmo, no meu modo de
entender, alucinante. Espero que na próxima Extraordinária nós tenhamos a
oportunidade de aprovar um novo aumento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Gladis
Mantelli):
O próximo orador inscrito é o Ver. Brochado da Rocha, que tem a palavra.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Sra. Secretária no exercício
da Presidência. Cabe-me, em primeiro lugar, ser dispensado dos adjetivos e
tratar as questões com substantivos, eis que poderia eu nos adjetivos resvalar
e ser acusado por alhos ou por bugalhos, o que não desejo entrar. Quero, em primeiro
lugar, esclarecer um fato. A Convocação do Sr. Prefeito Municipal tem o
seguinte teor: (Lê o ofício enviado pelo Sr. Prefeito.) A partir desse dado a
Mesa entendeu necessário o quê? Entendeu necessário, em primeiro lugar, o
aumento dos funcionários da Casa, o problema do vale-refeição que deveria
também constar para a Casa, enfim, os problemas funcionais que atingissem a
Casa. Ao mesmo tempo a Presidência sabia que tramitava na Assembléia uma Emenda
Constitucional e que teve o seu curso e sua aprovação. Agora, hoje, pela manhã,
recebeu o que a Assembléia votava. Votava não só a Emenda Constitucional, mas
votava o aumento correspondente ao Sr. Governador do Estado. Essa Presidência
foi acusada, embora fraternalmente o Sr. Ver. Flávio Coulon tenha feito uma
ironia a respeito do assunto, de cercear os vencimentos ao Sr. Prefeito
Municipal, no entanto não constituía a verdade, porque nós estávamos cingidos a
um princípio de que a Assembléia revogou para ela própria em relação ao
Governador e em relação às Câmaras para os Prefeitos. A matéria chegou hoje
pela manhã e por isso foi incluída hoje e a Câmara reservava o número que ela
usou. E ela só poderia, Ver. Caio Lustosa, quero deixar isto bem claro para
V.Exa., incluir coisas de seu peculiar interesse por simetria e projetos da
Mesa, não outros. E foi isto que ela fez.
O Sr. Caio Lustosa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, eu não discuto a questão da vigência desta
Emenda Constitucional na Assembléia, não é nada disso, eu só acho, entendo, com
base na Lei Orgânica, que se a convocação da presente Sessão Extraordinária
partir do Executivo, e, portanto, ele listou as matérias que nós devíamos
discutir e votar nesta oportunidade, não caberia e não cabe, no meu entender,
nesta oportunidade, pode ser que eu esteja errado, ao Presidente da Câmara
colocar matéria, como é um Decreto Legislativo, cuja iniciativa é de
competência da Mesa da Câmara.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Evidentemente, agora V. Exa.
definiu perfeitamente, na sua última afirmação, que é de iniciativa da Câmara.
O Sr. Prefeito não poderia, ele, incluir, por isso ele deixava aqui na vírgula,
além de outros necessários. E que aí era de competência da Mesa incluir aqueles
necessários.
O Sr. Caio Lustosa: Ver. Brochado da Rocha, este
sofisma que o Sr. Prefeito utilizou e a que V.Exa. dá guarida, não pode
prevalecer, face o que consta especificamente na Lei Orgânica, que veda,
proíbe, no seu parágrafo único, que o Legislativo se pronuncie em matérias que
não constam especificamente desta Convocação. Nesta base, outros assuntos,
outras matérias nós estaríamos votando qualquer assunto, que tudo se alinha.
Inclusive lembra o Ver. Jorge Goularte, um Projeto de iniciativa dele.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Sr. Vereador, é
diamentralmente oposto, nós incluímos vencimento dos funcionários, vale dos
funcionários e matérias pertinentes que por simetria, deveria. Agora, por um
problema, ético, até, nós não poderíamos pedir ao Sr. Prefeito que colocasse lá
um fato que é de iniciativa da própria Câmara. Senão, S. Exa. estaria, ele
próprio se provendo, que não é o caso. Em segundo lugar, eu pediria a sua
atenção, pois foi feito para todos os Projetos na Câmara desde que V.Exa. está
aqui em todas as Legislaturas. Isso aí não é um sofisma, se V. Exa. não quiser
acreditar em nada eu diria que há uma longa jurisprudência sobre o assunto.
Quer dizer, eu queria esclarecer que a Mesa teria que incluir matéria
pertinente a pessoal que fosse de sua autoria. Não poderia, aí sim V. Exa. tem
razão, colocar qualquer outro projeto que não fosse de iniciativa da Mesa,
conforme existe uma tradição. V.Exa. poderá olhar toda a Câmara nos últimos 20
anos.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, a pergunta que eu faria é porque a Mesa,
que se baseou neste Decreto do Poder Legislativo, discriminou o Sr.
Vice-Prefeito da cidade de Porto Alegre, já que este Decreto dava poderes para
regulamentar a situação vexatória que este senhor está sofrendo. Eu perguntaria
porque não nos preocupamos com o Vice-Prefeito e resolvemos de uma vez esta
situação?
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Eu me perfilo como V. Exa.,
porém queria dizer que a Câmara, no ano de 1985 - eu pediria aos Senhores
Vereadores que estavam aqui em 1985 - definiu, bem ou mal, o Projeto e não é da
minha autoria, não tenho nada com ele. Até levantei na época questões sobre o
assunto. O Projeto foi de autoria do atual Secretário da Indústria e Comércio
do Município de Porto Alegre que atribuiu competência ao Vice-Prefeito. A Câmara
aprovou e eu continuo achando que aquilo estava errado. Acho que é um assunto
que foi colocado não de acordo com o Direito tradicional brasileiro. Há duas
fases: o vice era vice antes, agora vice deixou de ser vice e parece que tem
outras atribuições hoje. Quando eu conheci a figura do Vice-Prefeito,
Vice-Governador, o conheci, não conhecia Vice-Presidente, não tinha gabinete,
não tinha nenhuma representação, não tinha coisa nenhuma. Aí fizeram a invenção
de vice. Agora, a Câmara votou assim no tempo antigo e não tinha nada.
O Sr. Flávio Coulon: E por que não reparamos
agora?
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Aí é que está e teremos de
mudar as atribuições do vice que estão lá.
O Sr. Rafael Santos: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Só uma colocação histórica: na Constituição de 1946 o
Vice-
Presidente da República presidia o Senado, quer dizer, havia uma função
específica para Vice-Presidente da República e, no Rio Grande do Sul, não havia
Vice-Governador, à época, não tinha Vice-Prefeito.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Não havia Vice-Prefeito.
O Sr. Rafael Santos: A figura não era decorativa,
o Vice-Presidente da República era o Presidente do Senado.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Afirmei: 1°) Decorativa, no
sentido do exercício do cargo. E os vices, vou-me fixar num: o Dr. Ajadil de
Lemos era Vice-Prefeito. Ele estava no seu escritório. Esse era o tempo antigo.
O Sr. Flávio Coulon: Era considerado? Não sei,
não entendo.
O Sr. Caio Lustosa: Mas não podemos ficar nesta
nostalgia do tempo antigo.
O Sr. Flávio Coulon: Não consigo entender o que
V. Exa. deseja dizer. Não deram atribuições? Sugiro que V. Exa. seja expresso.
Não pode ter salário porque não tem atribuição. Mas tem gabinete?
O SR. BROCHADO
DA ROCHA: Mas
tem gabinete.
O Sr. Flávio Coulon: Tem gabinete com sete
assessores, porque votamos. Não tem atribuição? Não merece receber.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Se quiserem avançar sobre o
assunto, podemos avançar e achar uma forma de retribuição. Mas a maneira com
que Porto Alegre regulou o vice é diferente da maneira que todos os vices estão
situados no Rio Grande do Sul.
O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Brochado da Rocha, o negócio de vice é muito
complicado. Temos um Presidente, agora, um vice assumiu a Presidência da
República, sem ter assumido o cargo de Vice. Depois disso, Prezado Presidente,
como diz o cantor Tim Maia, “liberou total”. Então, fica por critério da
conveniência.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Complementando, Sr. Ver.
Flávio Coulon, se S. Exa. encaminhar para a Mesa, na forma de acordo com a
Assembléia para remunerar o Vice, nós poderemos votar isoladamente. Não há
problema, eu não tenho nenhum preconceito, ao contrário, tenho o maior apreço
pessoal pelo Jornalista, Vice-Prefeito Glênio Peres. Desde já o convido a
participar de uma reunião da Mesa, não quero fazer caça às bruxas, de maneira
nenhuma. Apenas registro que a forma que foi regularizado o exercício da
Vice-Prefeitura de Porto Alegre, é diferente das outras Vice-Prefeituras.
O Sr. Cleom Guatimozim: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador eu queria lembrar a V. Exa. que o
Vice-Governador do Estado atua em Brasília e não aqui. Veja V. Exa. que
distância do Governo.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Acho que o atual Vice-Governador
desempenha um importante papel dentro da política estadual.
O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Acho que nós temos que falar as coisas de forma
franca e sincera, eu acho que o Ver. Caio Lustosa tem razão. Acho que devemos
ter sensibilidade em alguma questão. Eu apenas vou votar esse Projeto fechando
o olho.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Sou grato, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito em
Pauta é o Ver. Clóvis Brum. V.Exa. tem dez minutos.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, confesso que em se tratando do salário do Prefeito de Porto Alegre,
me sinto um tanto suspeito de discutir a matéria, porque é publica e notória a
situação vexatória dos salários do Prefeito e do Governador, também. Não se
pode exigir uma atenção do Prefeito e um atendimento adequado à cidade pelo
volume que representa a atividade de Prefeito, a função de Prefeito Municipal
de Porto Alegre com os salários que vinha percebendo. Se esse aumento é muito
ou é pouco, com toda a sinceridade, cabe ao Plenário analisar, confesso que
cabe ao Plenário analisar.
Eticamente, nós Vereadores estamos ganhando mais do que o Prefeito de
Porto Alegre. E acho que precisávamos corrigir os salários do Prefeito de Porto
Alegre.
Tanto os Governadores passados como os Prefeitos passados, todos eles,
praticamente, não percebiam os salários de Governadores ou de Prefeitos, porque
eles tinham outros salários, um era engenheiro aposentado da Prefeitura, outro
era vereador aposentado, outro era funcionário não sei do que. Efetivamente,
todos os Governadores, ou quase todos os Governadores e um grande número de
Prefeitos não recebiam com exclusividade o que perceberia um Prefeito se não
fosse funcionário público. Não havia uma preocupação do Legislativo, por assim
dizer, em relação aos salários do Prefeito. Acho até que ficaria constrangedor
para o Prefeito, se na convocação extraordinária da Câmara ele fizesse constar
um projeto para aumento dos seus próprios vencimentos ou da sua representação,
seria constrangedor. Eu, pelo menos, se fosse Prefeito e convocasse a Câmara
extraordinariamente, não faria constar numa Convocação Extraordinária um pedido
de aumento para mim. Aliás, tradicionalmente, a Mesa toma a iniciativa de
aumentar o salário do Prefeito. É da competência da Mesa.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, eu sei que nós ficamos entre dois
constrangimentos: o constrangimento do Prefeito de pedir, através de um ofício
bem encaminhado, educado e bonitinho ou pedir da maneira com ele pediu que é
convocando a imprensa e destratando todo mundo. Eu me senti muito mais
constrangido com esta atitude dele do que se tivesse recebido uma convocação
para votar o aumento dele. Esta é a grande verdade. Agora, convocar pelo jornal
sobre aumento, isto me constrangeu bastante. E quero deixar bem claro que não
acho o salário dele nada desproporcional.
O SR. CLÓVIS BRUM: Nobre Vereador, eu quero
dizer a V. Exa. que eu fui ao Presidente da Casa e estranhei a Mesa não ter
encaminhado, em tempo hábil, um Projeto de Decreto do Legislativo. E disse ao
Presidente, de viva voz, que não esperava que a Mesa, que é do PDT, presidida
por um Vereador do PDT, não ter feito este Projeto de Decreto do Legislativo,
que é tradicional. A Mesa, sempre, no final do ano, faz um projetinho, a Câmara
aprova, e dá o aumento do Prefeito. O que me preocupa é a função do Prefeito de
Porto Alegre.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu pediria a sua atenção, também, para o problema do
Vice-Prefeito, e faço um apelo...
O SR. CLÓVIS BRUM: Vereador, quero fazer
justiça a V. Exa. Me dê essa oportunidade.
O Sr. Flávio Coulon: Quero aproveitar para fazer
um apelo à Bancada do PDT, que supere as divergências pessoais e ideológicas
que ela tem e se lembre do nosso Vice-Prefeito, ex-Vereador.
O SR. CLÓVIS BRUM: Quero usar estes quatro
minutos e trinta segundos que me restam para apelar à inteligência da Liderança
do PDT, à cultura de um homem do nível do Ver. Kenny Braga, que representa um
dos expoentes da comunicação social do Rio Grande do Sul com assento nesta
Casa, ao atilado Ver. Isaac Ainhorn e aos demais integrantes da Bancada do PDT
que, por favor, cessem essa briga com o Vice-Prefeito, Pensem no Vice-Prefeito
como gente, e não me refiro à pessoa do ex-Ver. Glênio Peres, mas à autoridade
do Vice-Prefeito, pois este está praticamente sem poder se dedicar a uma
atividade pessoal, eis que está à disposição de ser convocado a qualquer
momento, para assumir o cargo de Prefeito. Aí, Ver. Flávio Coulon, eu pediria a
V. Exa. e à Mesa, Ver. Brochado da Rocha, que, de maneira exemplar - e quando
me referi ao PDT era aos seus Vereadores e a sua Liderança, e foi um gesto de
carinho, agora quero pedir à Casa - examine uma Emenda a esse Decreto
Legislativo ainda hoje - ou outro Decreto Legislativo ainda hoje - para correr
Pauta, a fim de se fazer justiça, a nível salarial, à função do Vice-Prefeito
desta Cidade. Ele está, realmente, completamente abandonado, sem salários, sem
qualquer proteção. Fizeram um gabinete, colocaram assessores, e o Vice-Prefeito
ficou lá, sem receber nada e, pela sua livre iniciativa, a fazer expediente
não-remunerado.
O Sr. Caio Lustosa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Só queria comunicar a V. Exa. que a Liderança do PMDB
está redigindo uma Emenda a este Decreto Legislativo, atribuindo uma
remuneração ao Vice-Prefeito Glênio Peres. Esperamos contar com a Bancada do
PDT, para nos apoiar.
O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Foi muito esclarecedor o aparte do Ver. Caio Lustosa.
Eu estou justamente no mesmo constrangimento que todos nós estamos sobre este
assunto. Inclusive, eu quero até desagravar o Presidente da Casa, que foi
citado, no dia 24, no Jornal do Comércio, dizendo que ele, apesar de ser amigo
do Prefeito Alceu Collares, nada fazia pelo seu salário. Também queria
desagravar o Presidente, com relação a uma notícia que eu li do cronista José Barrionuevo,
de que o Ver. Pedro Ruas, Vice-Líder do PDT, reclamava e insinuava até forças
ocultas para que o seu Projeto sobre a proibição de propaganda de fumo e
cigarro, ou coisa que o valha, não tivesse entrado na Convocação
Extraordinária. Primeiro, ele estava pensando no Prefeito da cidade. Em segundo
lugar, infelizmente, o Projeto do Ver. Pedro Ruas não foi colocado, porque o
Dr. Collares não mandou e o nosso Presidente não poderia incluí-lo, por tudo o
que conhecemos.
O SR. CLÓVIS BRUM: Temos ainda alguns Projetos
para discutir e votar. A noite se aproxima e será longa. Haveremos de discutir
tantas Pautas, em tantas Sessões Extraordinárias quantas forem necessárias,
para que possamos dar um salário justo ao Prefeito e ao Vice-Prefeito também.
Vamos votar favoravelmente. Achamos que este Projeto da Mesa é tradicional, é
justo corrigirmos o salário do Prefeito. Não pode o Prefeito andar se queixando
de que a Câmara não lhe dá um salário condigno e eu acho que é o momento de
enfrentar esta realidade. Está mal pago o Prefeito de Porto Alegre e está mal
pago o Governador. Hoje, eventualmente, tem um Deputado Federal recebendo uma
pensão, em relação aos seus anos de parlamentar, ou um Governador que também
foi Deputado Estadual, recebendo proporcional ao seu tempo, e amanhã quando
tiver um Prefeito que vai viver exclusivamente do salário? O que ele vai fazer
para sobreviver? O que vai fazer o Vice que não será um Vereador que tenha uma
representação em função do seu tempo de serviço? Então, é oportuno e é agora o
momento de se corrigir o salário do Prefeito e do Vice-Prefeito e quero me
parabenizar com a Liderança do PMDB, que, na certa, vai contar com os votos do
PDT para corrigir esta injustiça tradicional do Vice-Prefeito do PDT que, até
hoje, não teve a lembrança dos seus companheiros para aumentar o seu salário,
para lhe dar um salário, e que hoje, nós vamos acertar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha): Encerrada
a Pauta, volta-se à Ordem do Dia. O Secretário “ad hoc” fará a chamada para
entrarmos na Ordem do Dia.
O SR. SECRETÁRIO “AD HOC”
(Jaques Machado): (Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Há “quorum”, Sr.
Presidente.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1499 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N° 01/87, que institui Área Funcional de
Interesse Público, na forma da Lei Complementar n° 43, de 21 de julho de 1979,
e dá outras providências. Com Emenda.
Parecer:
- da Comissão
Especial, Rel., Ver. Werner Becker: pela aprovação, com a Emenda.
O SR.
PRESIDENTE: Em
discussão. Com a palavra o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Não sei, exatamente, o tempo que este Projeto anda circulando, mas
eu me lembro que em 1984, o Conselho Municipal do Plano Diretor, e eu fazia
parte do mesmo, recebeu o Processo do Hospital da PUC para sua regularização, e
foi aprovado à época. Soube, depois, que enquanto se discutia a aprovação
daquela regularização, as obras continuavam num outro Projeto da expansão,
também concluído. Na CPI sobre a eventual falsificação de mapas, requerida pelo
Ver. Werner Becker, foi citado o caso do Hospital da PUC, e o assessor desta
Casa esteve lá quando verificou que a primeira etapa a ser regularizada estava
pronta e funcionando, a segunda etapa, que era a que dava origem a um processo
que vinha para cá já caduco, também estava concluída e já tinha obra de um
terceiro aumento, o terceiro aumento estava em obra acelerada.
O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) É só um reparo, nobre vereador: V. Exa. disse que o
Ver. Werner Becker era o requerente da CPI. Não. O Ver. Adão Eliseu, sim. O
Ver. Werner Becker só levantou o problema.
O SR. ARTUR ZANELLA: O Ver. Werner Becker foi o
denunciante e o Ver. Adão Eliseu, contra o meu conselho, assumiu a causa
sagrada para depois ter um ataque de arrependimento, fruto do depoimento que
aqui ocorreu, e que está expresso naquela CPI. Mas eu vou votar em branco.
Vou-me abster de votar porque se fosse outro projeto, votaria contra,
redondamente contra, porque a entidade de todas as formas nunca deu a menor
atenção às posturas municipais, ao Plano Diretor, fez tudo ao arrepio da lei,
nunca teve a menor consideração com esta Casa - e mais dia menos dia e hoje se
for lá provavelmente deve estar em obra de novo - então, votaria contra. Mas
para que na minha biografia não conste que sou contra hospitais, meu voto
também no Projeto Beneficência Portuguesa também é por causa de hospital, eu
vou me abster de votar, porque teria de votar contra tendo em vista a forma
pela qual tudo aquilo foi construído.
O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vou fazer um pedido a V. Exa. Se o Projeto for
aprovado, que V. Exa. vote ao menos a minha Emenda para a gente mostrar que não
é bobo, não que ele seja tão importante. Por exemplo, quando se redige uma área
funcional e se fala em volumetria sem fixar o índice, que nós sabemos,
aprendemos no ginásio, que o volume tem três dimensões - que ao menos este
mínimo nós sabemos, que os arquitetos, engenheiros, sapientes das cousas da
matemática, da geometria, mas que esse mínimo a gente sabe. Então, a gente vai
votar sabendo. Acho que a gente tem que saber ao menos isto porque, pelo amor
de Deus, como é que diz aí - a volumetria, até não me lembro, é um disparate
tão grande. Se V. Exa. tivesse o projeto na mão? Sim, o índice de acordo com a
volumetria. Quer dizer que os parâmetros ficam de acordo com o volume e não o
volume fica de acordo com o parâmetro.
O SR. ARTUR ZANELLA: Votarei a favor da sua
Emenda apesar de que a mesma - se continuar a filosofia “imperante” no grupo
hospitalar - será desrespeitada e a Prefeitura não fiscalizará nada. Mas na sua
Emenda vou votar a favor. No Projeto vou me abster de votar porque eu não quero
ser conivente com aquilo está acontecendo lá.
O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) É que V. Exa. até pode, V. Exa. é cristão, V. Exa.
tem uma biografia na cidade ideológica diferente da minha, agora, se eu votar
contra vão dizer que é por anticlerismo, contra a Pontifícia Universidade
Católica, se fosse a universidade vermelha ou coisa que o valha eu votaria a
favor, mas vou votar contra e mostrar meu espírito ecumênico. Agora, que eu não
sou bobo, não sou.
O SR. ARTUR ZANELLA: É mas sempre aparece assim
aquela como a Câmara foi contra a construção de hospitais. Nós somos a favor da
construção de hospitais desde que sigam pelo menos as regras da Prefeitura, as
regras urbanísticas e que serão - tenho certeza, neste caso - se não for
alterado o modo de comportamento, serão também transgredidas. Então, meus
senhores, esta votação aqui já é um dos efeitos da CPI porque quando veio para
cá o Decreto pela primeira vez, já veio caduco. Também foi um desrespeito do
Executivo, da Câmara Municipal de Porto Alegre, porque simplesmente aprovou que
em 90 dias viria para cá, em função da Lei, não mandou e vai correr tudo como
uma troca, então, quer regularizar? Que regularize, porém, não com o meu voto.
E não voto contra porque não sou contra hospitais, e vou-me abster, imaginando
quantos outros hospitais da PUC, que não são hospitais, não existirão nesta
cidade.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu tenho uma dúvida em relação a uma Emenda de Líder,
do Ver. Werner Becker. Ele faz uma Emenda de Liderança e menciona o art. 148 do
Plano Diretor, relativo à altura dos pavimentos. Ocorre que eu estou com a nova
redação do Plano Diretor, modificada após a aprovação deste Projeto, e não tem
no referido art. 148 qualquer menção a alturas. O art. 148 fala de
afastamentos.
Eu quero colocar o problema para que haja esclarecimento, porque deve
ser o artigo 147 ou o 149, terá que ser modificado tal como está redigido aqui.
O SR. WERNER BECKER: Eu imagino que foi um erro
de datilografia. Não será o 146?
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: É o 147 ou o 149, Vereador.
O SR. WERNER BECKER: É erro da datilografia,
porque estabelece que a altura não pode ser mais do que 3,5 metros e a térrea,
de 4,5 metros.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, estou vendo
que na hora de acerto do Projeto há um debate entre o Ver. Werner Becker e o
Ver. Antonio Hohlfeldt, com suas assessorias. Eu tenho a impressão de que a
Auditoria deve ver isso aí, ou se altera, mas acho que não pode haver esse
debate paralelo e ficam todos os outros Vereadores tentando imaginar o que está
sendo discutido. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu sugiro, então, a
suspensão dos trabalhos, Sr. Presidente, para podermos redigir corretamente e
não votarmos alguma coisa que não está correto.
O SR. PRESIDENTE: Gostaria de responder ao
Sr. Ver. Artur Zanella que não é esta Presidência, que nem conhece a Emenda,
que pode responder ao Sr. Ver. Antonio Hohlfeldt, nem caberia a nenhuma
assessoria da Mesa responder. A Mesa até desconhece a Emenda do Ver. Werner
Becker. Já tendo dirimido a questão, quando for votada a Emenda, a mesma será
apregoada, mas se votará o Projeto e, após, a Emenda.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, eu chamaria
a atenção dos Srs. Vereadores para um assunto que quero levar ao conhecimento
da Mesa, que me parece da maior gravidade. Por um lapso, a Diretoria
Legislativa da Casa deixou de encaminhar, ou de apresentar à consideração de V.
Exa., um Processo que deve ser votado até amanhã, no máximo, sob pena de os
Vereadores ficarem sem aquele tradicional auxílio, ou seja, o Plano de
Auxílios, Prêmios e Subvenções para o Exercício de 1988, que, com a chegada de
uma Mensagem Retificativa às vésperas do dia 15, acabou ficando sem votar-se, e
face à gravidade do assunto, vou passar às mãos de V. Exa. o Processo para que
determine que a Diretoria Legislativa providencie nos avulsos e seja incluído
na próxima Sessão Extraordinária e ser votado, sob pena de todos os Vereadores
ficarem sem os auxílios e mais: e todas as entidades relacionadas no Processo
2227 ficarem sem os auxílios. Face a isso, Sr. Presidente, passo às mãos de V.
Exa. e peço a inclusão na próxima Extraordinária ainda hoje, pois o Processo já
teve tramitação em todas as Comissões da Casa.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece a V. Exa.
Encerrada a discussão.
Em votação o PLCE n° 01/87. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO,
contra os votos dos Vereadores Flávio Coulon e Caio Lustosa e a abstenção do
Ver. Artur Zanella.
Solicito ao Sr. Secretário “ad hoc” que leia a Emenda de autoria do
Ver. Werner Becker. Peço a atenção dos Srs. Vereadores para que tomem
conhecimento da Emenda de Líder do Ver. Werner Becker.
O SR. SERETÁRIO “AD HOC”
(Jaques Machado): (Lê a Emenda do Ver. Werner Becker.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA a Emenda, contra os votos dos
Vereadores Caio Lustosa, Flávio Coulon e Ignácio Neis.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando seja o PLCE n° 01/87 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para a sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Levanta-se a Sessão às 18h54min.)
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